segunda-feira, julho 15, 2019

FUI - NILZA REZENDE

Sinopse: Clara é uma mulher de meia-idade que parece ter tudo que precisa para ser feliz: é professora universitária, tem uma filha com quem se relaciona bem e um ex-namorado ainda presente. Todos se surpreendem quando ela decide dar uma pausa no cotidiano e, com o pretexto de aprender Inglês, viaja a Malta – pequeno arquipélago no Mar Mediterrâneo entre a Europa e a África.

Enquanto ainda no embarque no aeroporto Galeão, o passado ronda os pensamentos de Clara. Machismo, jogos de poder, traições, desencontros. Quantas violências e opressões cotidianas cabem na história de uma mulher? A temporada na ilha de belíssimas paisagens é capaz de curar cura feridas e promover poderoso reencontro de Clara consigo mesma. Ela também se entrega, com ousadia e libertação, a paixões inesperadas.


Fui pode parecer uma versão latina de Comer, rezar e amar, o best-seller de Elizabeth Gilbert. Mas o romance da experiente escritora Nilza Rezende vai além disso. Feminista sem ser militante e doce sem ser piegas, Fui é uma viagem caleidoscópica que permite conhecer um dos lugares mais belos e interessantes do planeta, mas também faz voos sorrateiros sobre o Brasil atual. Impossível não se deixar levar pela fascinante ousadia de quem descobre que sempre é tempo de realizar seus sonhos e ser feliz.
★★★★/5

Quando recebi a proposta para ler esse livro, confesso que fiquei um pouco receosa, visto que me lembrou muito "Comer, amar, rezar". Na própria sinopse é citado. Minha experiência com o livro de Elizabeth Gilbert não foi muito boa. Na época, eu demorei para conseguir ler e, sinceramente, não gostei tanto assim.

Mas preciso dizer que foi uma grande surpresa quando cheguei ao final de Fui com a sensação de ter tido uma das melhores experiências da literatura nacional atual.

Tudo bem que o fator "escritora brasileira" contribuiu bastante para esse resultado, mas, no geral, a história de Clara é muito interessante e divertida. Fiquei pensando que poderia ser eu ali, sem uma filha, lógico.

Gosto muito de ler histórias de brasileiros que viajam para qualquer lugar no mundo. É sempre um grande aprendizado e de certa forma acabo conhecendo uma cultura diferente através das palavras do escritor. Afinal, o meu amor aos livros é basicamente por esse motivo.

Os capítulos são bem curtos, coisa de duas páginas e você se prende naquele momento da leitura, você se envolve com os personagens. Além disso, um dos motivos pelo qual aceitei a recomendação de leitura pela Oasys - grande parceira aqui do blog - foi a frase "feminista sem ser militante e doce sem ser piegas".

Já comentei algumas vezes aqui no blog que sou sim feminista, porém não sou militante, então logo de cara me identifiquei; e sobre ser doce sem ser piegas? Nem preciso explicar.

Em vários momentos, a Clara conta situações em que passou durante sua viagem em que o machismo estava lá, presente e bem parecido com o que muitas de nós mulheres já passamos sem nem perceber.

O mundo é machista: quando se está sozinha e se é mulher, reservam para você o pior lugar. Sabem que você é bobinha e ficará constrangida de reclamar; enquanto aquele canto bem melhor, no hotel ou no restaurante, ficará disponível a homens ou a famílias, com potencial de consumo muito maior do que o seu e também, obviamente, com uma voz mais grossa para fazer barulho.

Eu gostaria de colocar aqui nesse post todas as frases de impacto que marquei no livro, mas ai eu teria que copiar basicamente o livro todo. É cada frase que em poucas linhas te ensinam tanto que chega ao fim da leitura você quer ser uma pessoa diferente.

Mandamento 2: Não aceite qualquer coisa que te derem. Veja, compare, busque o quarto de hotel, a mesa no restaurante, o canto do escritório mais conveniente a você. Não deixe passar, o prejuízo pode ser fatal.
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Mandamento 20: Sorria na foto e na vida! Não há limite de idade para sorrir. Smile!
Sem dúvida foi um dos livros mais inspiradores que li esse ano. Não é só sobre viagem. É sobre liberdade, é sobre ser mulher e forte. É sobre viver da melhor forma e sobre escolhas.

No final das contas você percebe que não existe uma idade mínima para mudar sua vida.

Quero finalizar dizendo que o exemplar que ganhei da Oasys já tem um destino e depois outros: vou emprestá-lo a algumas mulheres incríveis da minha vida que precisam passar pela experiência de ler Fui, para que se inspirem também e sintam que ainda vale a pena lutar.

Título original: FUI
ISBN: 9788559080384
Selo: Tinta Negra.
Ano: 2019
Compre na Travessa.

quarta-feira, junho 19, 2019

10 FILMES PARA VER NO FERIADO

Ansiosos pelo feriado? Nada melhor que um feriado na quinta-feira para enforcar a sexta, emendar o feriado e ver vários filmes ótimos. Aqui vou indicar filmes que já vi e garanto que são muito bons.

Meu feriado vai ser basicamente fazendo relatórios escolares, montando prova, já que semana que vem é semana de provas, atualizar diários, mas talvez sobre tempo para ver mais uns dez filmes. Aliás, na sexta vou fazer uma coisa que ainda é segredo, mas já já vocês ficarão sabendo. Sigam meu Instagram - pessoal e do blog - e vocês saberão na hora o que é.

Mas voltando ao assunto, para quê coisa melhor do que esse frio que está fazendo, cobertor, pipoca e filme? Vamos lá.
Mistério no Mediterrâneo (2019)

Um policial de Nova York (Adam Sandler) que finalmente leva a sua esposa (Jennifer Aniston) em uma viagem para a Europa prometida por anos. Porém, um encontro por acaso no voo com um homem misterioso (Luke Evans) leva-os a uma reunião de família no iate gigantesco do idoso bilionário Malcolm Quince. Quando Quince é assassinado, eles tornam-se os principais suspeitos neste jogo de detetive dos dias modernos.
 Cafarnaum (2018)

Aos doze anos, Zain (Zain Al Rafeea) carrega uma série de responsabilidades: é ele quem cuida de seus irmãos no cortiço em que vive junto com os pais, que estão sempre ausentes graças ao trabalho em uma marcearia. Quando sua irmã de onze é forçada a se casar com um homem mais velho, o menino fica extremamente revoltado e decide deixar a família. Ele passa a viver nas ruas junto aos refugiados e outras crianças que, diferentemente dele, não chegaram lá por conta própria.
 Cemitério Maldito (2019)

O Dr. Louis Creed (Jason Clarke), após se mudar de Boston para a zona rural do Maine com sua esposa Rachel (Amy Seimetz) e seus dois filhos, descobre um misterioso terreno indígena nos fundos da sua nova propriedade. Quando uma tragédia ocorre, Louis recorre ao seu vizinho, Jud Crandall (John Lithgow), e acaba iniciando uma cadeia de horrores que libera um mal insondável com terríveis consequências.
Vidro (2019)

Após os eventos de “Fragmentado”, Elijah Price (Samuel L. Jackson), também conhecido como Mr. Glass, descobre que David Dunn (Bruce Willis) está perseguindo Kevin (James McAvoy) e sua figura super-humana, A Fera. Em uma série de encontros crescentes, a sombria presença de Glass surge como um orquestrador que detém segredos críticos para ambos os homens.
 Obsessão (2019)

Frances (Chloë Grace Moretz) é uma jovem mulher cuja mãe acabou de falecer. Acabando de se mudar para Manhattan e cheia de problemas com o pai, ela forma uma amizade improvável com Greta (Isabelle Huppert), uma viúva bem mais velha que ela. Porém, conforme as duas se tornam melhores amigas, as atenções da viúva se mostram muito mais sinistras do que ela imaginava.
 Maligno (2019)

A repentina mudança no comportamento do jovem Miles (Jackson Robert Scott), faz Sarah (Taylor Schilling) suspeitar que algo maligno está agindo sobre seu filho e controlando suas ações. Com um crescente terror tomando conta de sua família, ela se vê entre o medo e a razão à medida em que tenta descobrir o que há de errado com ele.
 Escape Room (2019)

Passando por momentos complicados em suas respectivas vidas, seis estranhos acabam sendo misteriosamente convidados para um experimento inusitado: trancados em uma imersiva sala enigmática cheia de armadilhas, eles ganharão um milhão de dólares caso consigam sair. Mas quando percebem que os perigos são mais letais do que imaginavam, precisam agir rápido para desvendar as pistas que lhes são dadas.
 A Caça (2012)

Lucas acaba de dar entrada em seu divórcio. Ele tem um novo emprego na creche local, uma nova namorada e está ansioso pela visita de natal de seu filho, Marcus. Mas o espírito de natal desaparece quando Klara, uma aluna de cinco anos de idade, faz uma acusação de abuso sexual contra Lucas, o que desencadeia o ódio de toda a comunidade em que ele vive.
 Tudo Que Quero (2017)

O mundo é um lugar confuso para Wendy (Dakota Fanning), uma jovem, que apesar do autismo, é independente e brilhante. Wendy escreve histórias de fantasia em seu tempo livre. Quando ela descobre uma competição decide terminar seu roteiro e participar. Agora o problema é entregar o roteiro. Com seu pequeno cão e apenas alguns dólares no bolso, Wendy decide corajosamente ir em busca de seu sonho, embarcando numa aventura repleta de desafios e surpresas.
As Virgens Suicidas (1999)

Durante a década de 70, o filme enfoca os Lisbon, uma família saudável e próspera que vive num bairro de classe média de Michigan. O Sr. Lisbon (James Woods) é um professor de matemática e sua esposa é uma rigorosa religiosa, mãe de cinco atraentes adolescentes, que atraem a atenção dos rapazes da região. Porém, quando Cecília (Hanna Hall), de apenas 13 anos, comete suicídio, as relações familiares se decompõem rumo a um crescente isolamento e superproteção das demais filhas, que não podem mais ter qualquer tipo de interação social com rapazes. Mas a proibição apenas atiça ainda mais as garotas a arranjarem meios de burlar as rígidas regras de sua mãe.

Gostaram das sugestões? Sempre que vejo um filme novo eu coloco lá nos stories, estou sempre indicando novos filmes e séries por lá.

Além disso você pode me adicionar no Filmow para acompanhar todas as minhas listas.

Até a próxima.

segunda-feira, junho 17, 2019

CONHEÇA LOUIS, O GATINHO QUE VIVE (LINDAMENTE) IRRITADO

Segunda-feira e enquanto estou aqui escrevendo sobre os vários livros que li recentemente, conheci por acaso um gato da internet que é bem diferente e lindo demais. Louis é um gato persa de 6 anos que está ficando famoso por causa da sua carinha de "estou sempre irritado".

Vocês sabem do meu amor por gatos, tanto que tenho três, e vivo olhando fotos e vídeos de gato no Instagram.

O que chamou a atenção no Louis é essa carinha dele. Parece que está o tempo todo irritado e quer distância de tudo e de todos. Esse lindo irritadindo vive em Austin, no Texas, com sua humana Michelle e sua irmã gata, Monae. Ao que tudo parece, ele não tem nenhum problema genético e sua carinha é assim porque é assim e pronto.

Apesar da cara dele, sua irmã, Monae é quem implica com ele. A relação, como diz Michelle, é de amor e ódio, logo, nada muito diferente da maioria dos gatos por aí.


Lindo, não é? Se você quiser acompanhar a rotina desses dois fofos é só seguir o Instagram deles.

Espero que curtam, até a próxima!

segunda-feira, junho 10, 2019

LIVRO | QUANDO NINGUÉM EDUCA: QUESTIONANDO PAULO FREIRE - RONAI ROCHA

Sinopse: A crise na educação brasileira é inegável. A baixa qualidade das aprendizagens, a estagnação do desempenho escolar nos testes padronizados, a pouca relevância do aumento dos anos de estudo na vida do aluno, a crescente evasão escolar em todos os níveis, o aumento da distorção idade-série e tantos outros problemas são evidências disso. Mas onde se localizam as raízes teóricas da atual crise educacional que vivemos? Neste livro, o professor Ronai Rocha se dedica a desvendar e a compreender o pensamento teórico dominante no cenário educacional e pedagógico brasileiro. O autor realiza um movimento esclarecedor sobre as raízes da reflexão sobre educação no país, que incidem até hoje na formação de nossos professores. E mostra como uma maneira peculiar de ler Paulo Freire afeta o ensino no Brasil.


A Editora Contexto conta com um catálogo incrível para a formação de professores. Preciso me controlar para não pedir sempre os livros dessa seção, já que sou da área de educação e estou sempre buscando atualizações sobre o assunto.

O momento em que vive o Brasil atualmente é bem complicado para criticar ou defender ideias e digo que o professor Rocha foi bem corajoso ao trazer uma reflexão a respeito do modo como se lê Paulo Freire. Embora o livro seja de 2017.

Extremamente adequado aos dias atuais, ele propõe uma análise da forma como as ideias de Paulo Freire são aplicadas ao dia a dia escolar. Para quem não sabe, Freire é patrono da educação brasileira e era um grande pensador, estudado e admirado no Brasil e no mundo. Porém, tendo como base um pensamento socialista, ele propôs muitas ideias que, eu como professora atuante em sala de aula, acredito, estão sendo mal utilizadas.

Ao dizer em suas obras que "ninguém educa ninguém", Paulo Freire fez com que muito da autoridade do professor fosse anulada. Essa era intenção dele? Certamente não, porém a interpretação que se faz hoje dos textos dele são errôneas. 

É aquela velha história: a teoria é linda. Quando você vê na prática, temos alunos desrespeitosos, desinteressados e que mal mal estão aprendendo a escrever o próprio nome. Sim, já vi aluno errar a escrita do nome. 

Quero destacar, também, que muito do que Ronai Rocha propõe em seu estudo, vai contra muito do que eu penso. Por exemplo quando ele cita que a universalização do acesso à escola nos trouxe uma educação de baixa qualidade. A forma como ele coloca me fez entender que a escola não deveria ser para todos, mas continuar como era no passado, apenas para uma pequena parte da população. Corrijam-me se eu tiver entendido errado.

Além disso, ele cita que a escola é, por natureza, conservadora. É como se ele dissesse que a a escola - e o currículo - funcionavam antes e agora, depois que passou a ser mais democrática e acessível é que "desandou".

Confesso que tenho um problema muito sério em relação ao pensamento Freiriano, porém, sigo acreditando que é melhor que todos tenham acesso à educação, independente de ela ser boa ou não.

Para mim o pior de se ter o pensamento crítico social dos conteúdos como base, é que realmente você perde um pouco da autoridade enquanto educador, além de que a maioria das pessoas acreditam que o professor é responsável por 100% da educação da criança.

É um livro interessante, que traz uma reflexão muito boa a respeito do nosso sistema educacional atual e que, claro, tem pontos a discordar. Discordar é bom, gente. Você não precisa aceitar tudo o que te mostram como verdade. Você conhece a teria da caixa de bombom? Tem um vídeo no Youtube que explica essa metáfora e é a que eu levo para a minha vida. 

Nunca aceitar totalmente as ideias impostas e sigamos questionando tudo e todos.

Título original: Quando ninguém educa, questionando Paulo Freire

Páginas: 160
ISBN: 9788552000174
Selo: Editora Contexto.
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