Posts in the category: saúde mental

quinta-feira, dezembro 17, 2020

Fastio

Estou cansada. Já faz vários dias que tudo o que eu consigo pensar é no quanto estou cansada. Cansada de monotonia, da falta de vida em mim, da falta de vontade.


Eu sempre achei que chegar aos 30 anos seria tipo "a idade do sucesso". Só quem conhece Jenna Rink vai entender a referência. Mas basicamente eu imaginei que estaria na minha melhor fase, curtindo meus sobrinhos, meus animais.


Jamais passou pela minha cabeça que, a essa altura, eu estaria entediada, chateada e sem ânimo algum. Está tudo na mesma. Minha vida parou no tempo e não digo isso por causa da pandemia. Ela, a maldita pandemia, só veio para mostrar que eu realmente tenho uma vida que eu não queria ter.


Estamos tão acostumados a ler textos em que a pessoa que escreve conta que vê o lado bom das coisas, que precisamos viver cada minuto, já que a vida é curta. Tenho certeza de que você deve estar pensando "caramba, ela está mesmo escrevendo tudo isso em um blog público?".


Sim, estou. O ano está acabando e não vejo isso como o fim de um ciclo e novo recomeço. Vejo só mais dias passando, mais um ano passando. Estou inerte. Já tentei escrever minhas metas para 2021, coisas para fazer no próximo ano e tudo aquilo que você, leitor antigo do Sabe o inverno? está acostumado a ler nesse período do ano.


Eu queria. Eu queria mesmo fazer diferente. Eu queria ser independente ao ponto de não deixar fatores externos me afetarem. E quando digo isso me refiro a palavras e ações.


Queria estar em sintonia com o universo como eu estava, pelo menos, 7 anos atrás. A ideia surgia, não havia duas vezes para pensar. 


Agora eu só quero que o dia acabe a noite chegue para eu poder dormir. Estou fazendo terapia, caso você esteja se perguntando.


quarta-feira, agosto 26, 2020

O home office não é para mim!

Cansada

Não é clickbait. Realmente é uma coisa que vem me trazendo aflição desde o início do isolamento social. Talvez a internet já esteja abarrotada de reclamações sobre essa quarentena sem fim - e que não haverá fim se depender do desgoverno - mas eu realmente precisava colocar isso de alguma forma para fora de mim.

Fiquei alguns meses basicamente com férias adiantadas, recesso escolar e todos os feriados antecipados. Já era muito ruim o sentimento de incerteza.

Depois que voltamos, eu imaginei "ah que bom, agora tenho uma ocupação". Tadinha de mim, mal sabia que trabalharia dobrado, com inúmeras distrações e precisando intercalar uma reunião com a lavagem do banheiro. Ou fazendo os dois ao mesmo tempo.

Eu escrevi aqui no blog alguns textos sobre os meus sentimentos a respeito desse purgatório em que vivemos (aqui, aqui e aqui) e parece que cada dia surge uma aflição diferente. Toda a "mansidão" que passei durante uns três meses, agora está sendo cobrando, sabe?

Fico dividida entre "amo ser professora" e "por que não escolhi outra profissão?". Não que eu tenha desistido de pensar em uma outra ocupação, mas no final eu penso que eu queria mesmo era ter nascido herdeira e tenho certeza ainda, de que eu odiaria.

O trabalho em casa é complicado. Imagine você, que trabalha com blog e escuta há anos "você só trabalha com isso?". Então, agora imagina você ralar dia e noite, tentar manter a sanidade mental e as pessoas pensarem que está super tranquilo você trabalhar, dar conta da casa, da vida social (vida social em plena pandemia, sim, você leu isso), e ainda lidar com todas as interrupções enquanto você cria material escolar para uma criança que mal saiu da educação infantil?

É um desabafo, entenda. Eu realmente gostaria de fazer bem mais por todas as crianças que dou aula. Elas são infinitamente as mais prejudicadas em meio a toda a essa loucura. Mas sabe, eu me sinto mal quando acordo de bom humor e bem disposta.

Pois é, lidar ainda com "sua felicidade clandestina" é complicado. Parece que é mais fácil eu me manter com raiva, de cara feia e chorosa do que tornar minha "alegria" algo que não deveria ser o destaque do dia, a capa do jornal da cidade.

Misturei tudo, né? É isso. Home Office pode ser o sonho de muita gente. Para mim não está legal. Está consumindo minha energia (que já não era muita) e não consigo administrar isso mais de um mês depois.

segunda-feira, julho 20, 2020

Coisas que eliminei para diminuir minha ansiedade

Que a pandemia  e o isolamento social estão me causando várias crises de ansiedade vocês já sabem. Agora, que estou a cada dia tentando controlar essa coisa horrível que me acompanha, não sei. Acontece que a recomendação dos médicos e terapeutas é que você rastreie seus hábitos e descubra o que pode dar um gatilho para um ataque de ansiedade/pânico.


Confesso que não sou muito boa em fazer esse tipo de rastreio, porém estou me policiando para fazer isso sempre que possível. Além do mais quando você decide que quer uma vida diferente, você precisa fazer alguma coisa em prol disso.

Fiz uma lista pessoal com várias coisas que estavam me deixando cada vez mais ansiosa e que durante a quarentena vinha piorando tudo.Algumas delas são bem pessoais, então deixo só para mim. Outras, posso compartilhar e torço para que ajude alguém de alguma forma a ver que é melhor se livrar de algumas a viver sofrendo com uma crise que pode surgir a qualquer momento.

1 - Grupos de Whatsapp

Assim que surgiu essa ideia de grupos no Whatsapp, eu achei o máximo e vivia em vários, interagia e tudo mais. Nos últimos anos, tudo o que eles faziam era consumir a minha energia, mesmo que eu os silenciasse ou deixasse de entrar  o tempo todo.

Só o fato de ter aquele tanto de notificação e não conseguir acompanhar o que era discutido nesses grupos, me causava um mal estar imenso. Por qual motivo eu vou me torturar se eu posso me livrar deles?

Saí dos grupos de delivery, de família, de condomínio, de amigos com quem eu não tenho tanta proximidade. Eu também fazia parte de muito grupos literários, sobre marketing digital, sobre engajamento. Era tanto grupo que eu não sei como meu celular não explodiu.

Pois bem, saí sem dó e no mesmo momento me senti mais leve. Permaneço em alguns que são realmente importantes, como o do trabalho, por exemplo, mas ainda estou avaliando os que mais pode sair do celular.

2 - Várias contas do Instagram

Quem trabalha com internet sabe o quanto é importante manter as redes sociais em dia. No entanto, eu, no calor das minha emoções, criei um monte de conta uma para cada assunto da vida que me interessava. Tinha o instagram do blog, um de fotografia, um sobre ideias de decoração´eu ainda gerenciava algumas contas de  bandas do meu marido e tenho a minha conta pessoal.

Eu não sou um robô e preciso dizer isso todos os dias em frente ao espelho. Não tenho mais paciência para lutar contra o algorítimo do Instagram e por isso, hoje, tenho apenas uma conta em que sou livre para postar o que eu quiser sem me preocupar se o feed tá bonitinho, harmonioso e com um monte de seguidor fantasma.

3 - Séries com 97 temporadas

Olha como a gente muda com tempo, né? Eu passava horas maratonando séries com oito temporadas e 23 episódios por temporada. Além de achar uma total perda de tempo, com o tempo percebi que séries longas enchem muita linguiça e no final, uns dez ou doze episódios resumiriam tudo.

Além de me causar uma ansiedade louca para colocar tudo em dia, me deixava muito mal perceber que passei uma hora na frente da TV para não ter nada que acrescentasse na minha vida.

Séries e filmes têm o objetivo de entreter,lógico, mas a vida é muito curta para perder tempo com coisas ruins ou inúteis mesmo. Se o primeiro episódio me agrada, eu sigo em frente. Se a série já está com cinco temporadas, sinto muito, mas passo.

4 - Algumas coisas do dia a dia

Tenho para mim que se custa a minha paz é caro demais. Essa pandemia vem me mostrando que certas coisas a gente acaba fazendo por imposições dos outros ou por achar que sem determinada coisa ficaremos "menos bonitas".

Depois que entrei de "recesso" e passei a ficar mais tempo em casa,deixei de fazer as unhas toda semana, deixei de fazer chapinha toda semana e deixei de me sentir na obrigação de estar sempre arrumada. Sempre foi assim nos meus períodos de férias.

Agora, eu pinto as unhas quando quero pintar e porque eu quero pintar. O cabelo está muito bem ficando com alguns cachos irregulares e eu estou muito bem obrigada.

Passei a maior parte do tempo me dedicando a bons livros, a cuidar das plantas e a olhar mais para mim. Ainda estou em processo e é um tanto trabalhoso, mas se tem uma coisa que tem aliviado bastante é a ansiedade diária.

Não estou livre dela e acho que dificilmente estarei, além de contar com várias ondas de estresse e depressão. Mas sei que estou caminhando bem, ou pelo menos tentando.

Agora mesmo, enquanto escrevo esse post, estou tão estressada e não são nem 10 horas da manhã. Mas ainda tem muita coisa para acontecer durante o dia e sei que faz parte da TPM.

E é isso, não dá para perder tempo com certas coisas, ainda mais quando elas não te trazem sossego.

segunda-feira, maio 04, 2020

Como manter a sanidade durante a quarentena

Estou bem atrasada com esse post e sei que existem por aí mil dicas de como não surtar durante a quarentena. Mas, sinceramente, 90% das dicas que vejo por aí são totalmente irreais para mim. Por isso decidi escrever esse post com dicas que valem para mim e podem funcionar com você também.

Nossas vidas mudaram, isso é fato. Não tem como vier mais como vivíamos antes e isso causa grande ansiedade. Não saber como serão as coisas amanhã, se ainda teremos dinheiro ou emprego é estressante.

Eu faço parte dos privilegiados que podem ficar em casa. Graças a Deus por isso, mas sei que muita gente não pode. Ambas as situações causam um embaraço na cabeça. Mas a vida não parou, ela só está diferente.

Estou seguindo algumas dicas próprias, coisas que estão funcionando comigo e que na maioria das vezes me deixa mais calma e menos apreensiva em relação ao dia de amanhã.

1 - Leia livros com histórias leves


Ok, eu não sou a melhor referência em livros com leituras leves, já que adoro um suspense, terror, thriller e por aí vai. Ainda assim, tenho aqui algumas opções de leituras leves como crônicas, livros de humor.

Livros sempre me salvam. Se você é do time que não gosta ou não tem paciência para ler, que tal tentar algo novo agora? De repente você ama ler, só não sabe ainda.

2 - Hidrate o cabelo

Eu amo cuidar do meu cabelo. Não sabia disso até querer fazer e não ver sentido. Confissões da meia noite: no início da quarentena eu não penteava o cabelo. Era só uma mãozinha aqui, outra ali.

A sensação de autocuidado não tem preço. Mesmo em casa, hidrate, faça um cronograma capilar, cuida da sua pele. Sinta-se bem com você mesma.

3 - Escute músicas que acalmam

Eu amo rock, porém detesto barulheira. Não tem jeito, sempre que me sinto nervosa ou sinto que não tenho mais esperança eu coloco uma playlist calminha no fone de ouvido.

Quem usa Spotify tem a vantagem de já ter essas listas prontas, mas com certeza você encontra também listas no Youtube. Tente um ASMR, eu não curto, mas de repente você sim.

4 - Esqueça o noticiários

Assim que tudo começou eu queria ficar por dentro de tudo. Queria saber números, locais, TUDO. Depois de uns dias notei que era tudo gatilho para desencadear uma ansiedade horrível. Consequência? Excesso de remédios para me acalmar.

Você não precisa saber de tudo nesse momento. Você precisa se cuidar, se proteger e cuidar da sua saúde de todas as formas. Esqueça os jornais, pode apostar que você vai se sentir mais leve.

5 - Escreva a mão


É impressionante como escrever à mão traz benefícios. Não sou eu quem está falando. Vários estudos indicam que é um ótimo exercício motor, ajuda na concentração e absorvição de informações. Aumenta o vocabulário, ajuda na criatividade.

Sem contar que escrever como você está se sentindo faz com que você se conheça melhor e saiba o que está te fazendo bem ou mal.

6 - Faça um detox nas redes sociais

Já passou da hora de revermos a influência digital. Antigamente eu só me sentia infeliz e vazia quando via a vida perfeita das pessoas nas redes sociais. Hoje só sigo quem realmente me agrega alguma coisa.

Agora na quarentena vimos o quanto alguns influenciadores são irresponsáveis. Desde festinhas até venda de testes para Covid-19. Eu vi de tudo e fiz um limpa.

Caso você não queira deixar de seguir aquela pessoa da família, pelo menos silencie. Não é porque é família que te faz bem. Não deixe que a "vida perfeita" dos outros faça você se sentir inferior.

E é isso, espero que te ajude um pouco e torço para que tudo passe logo.

Até mais.


segunda-feira, janeiro 28, 2019

COMO EU LIDO COM A ANSIEDADE

Eu já convivo com ela há muito tempo, mas nunca tinha conversado com ninguém a respeito. E por causa de vários preconceitos e mesmo falta de informação, nunca tinha buscado ajuda. Isso até pouco mais de dois anos atrás quando minha vida deu meio que uma desmoronada. Na época eu estava desempregada e, ainda que eu não estivesse passando necessidades, já que morava com meus pais, era muito complicado ficar sem grana e o tempo todo dentro de casa, mais precisamente no meu quarto.

Como tinha cancelado meu plano de saúde, não queria gastar um dinheirão com consulta e sofri muito até que minha mãe me falou que o postinho de saúde estava funcionando bem e que eu conseguiria marcar uma consulta com a médica de lá. Ela é clínica geral, então todo tipo de problema ela te ajuda como pode. Resolvi arriscar e contar para ela o que estava acontecendo.

O problema é que, já com a consulta marcada, meu único pensamento era que ela não acreditaria em mim. Eu chorava muito durante a noite e mal conseguia dormir, mas no dia seguinte eu estava lá, em pé, como se nada tivesse acontecido, porque precisava disfarçar. Bom, eu tinha certeza de que ela nem olharia para mim e eu sairia me sentindo igual ou pior. Infelizmente não dá para confiar muito no SUS até que ele te prove que sim, você pode. Conversei com ela e ela foi extremamente gentil e compreensiva. Até me surpreendi e hoje em dia digamos que estou 90% melhor do que os dias que antecederam aquela consulta.

O que eu sentia?

Desde muito nova eu tinha aquele velho problema de não dormir antes de uma prova na escola ou algo que saísse da minha rotina. Depois, já no meu primeiro emprego, me tornei uma pessoa muito estressada, agitada e não aceitava errar. Com isso ganhei uma bela gastrite, refluxo, perda de cabelo, sono em excesso e a ansiedade só aumentava. Achei que era coisa normal da idade, por causa do trabalho e deixei pra lá. Com o passar do tempo tudo piorou. Quando saí desse emprego, eu passei a odiar ter que ser sociável e o fato de encontrar pessoas conhecidas já era motivo para eu ficar nervosa, suar frio, ter dor no estômago e comecei a evitar as pessoas.

Além disso, eu normalmente sinto falta de ar, um caroço no corpo é motivo para eu não conseguir me concentrar em um filme, por exemplo; a cabeça não para um minuto, dormir é um sacrifício, já que antes do sono leve chegar todo tipo de pensamento ruim ataca minha mente. É bem comum com os ansiosos.

Minha vida profissional tem sido o maior causador de todos os problemas. Tenho imprensão de que gastei anos da minha vida com uma faculdade que não me serviu para nada. Sempre acho que sou uma pessoa detestável e por isso evito pessoas. Não gosto, não consigo e elas me irritam quase sempre. Muitas vezes é como se tivesse uma indigestão e que a comida ficou parada na garganta. E várias outras coisas.

Como a ansiedade afeta meu dia-a-dia e como eu tento lidar com isso?

Faço tratamento com remédios, só de pensar em ficar sem eles já é motivo para não conseguir fazer mais nada. Mas eu tento encher a cabeça com outras atividades. Tento não pensar na minha vida profissional, tento ver o lado bom das coisas e tento não deixar que comentários de outras pessoas me afetem negativamente. Funciona em 50% das vezes. Não baseio mais a minha vida no futuro e tento viver o hoje; além disso eu comecei a diminuir minhas expectativas e eliminar tudo o que me faz mal. Tenho muitos sonhos e procuro pensar neles com o pé firme no chão e também, aos poucos, estou deixando de me importar com as coisas que não tenho e me importar muito mais com as que tenho.

Estou tentando ver sempre o lado bom das pessoas e tento ser sempre uma pessoa melhor todos os dias. Quando estou de cara feia faço um esforço imenso para ver algo engraçado e me forçar  ao máximo para não deixar o ambiente na bad. Quando se convive com a ansiedade, você precisa lidar com o fato de que 295% das pessoas não vão te entender, muito menos querer ficar perto de um chato.

Confesso que nem sempre dá certo e grande parte do tempo eu to martelando algo na minha cabeça, mas sei que preciso lidar com esse monstro que mora aqui dentro de mim e que nem todo mundo compreende mesmo. Faço mais as coisas que eu amo, dentro do possível, e mesmo quando dá aquela vontade de parar tudo e não fazer absolutamente nada, eu ainda tento.

*Texto escrito em dezembro/2017. Hoje estou bem melhor da ansiedade, mas sei que esse texto pode ajudar alguém.

segunda-feira, dezembro 18, 2017

LIVRO | PERDÃO, LEONARD PEACOCK - MATTHEW QUICK

Estou pensando aqui se vou conseguir escrever sobre todos os livros que li esse ano antes do dia 31. Deixei tanto para depois que o ano praticamente acabou e aqui estamos nós, atrasados. Enfim, às vezes eu faço buscas de livros por tema, foi assim com autistas, serial killers, personagens suicidas, etc. Indiquei para vocês Suicidas, um livro incrível e agora que apresentar Perdão, Leonard Peacock, do escritor Matthew Quick, autor de O Lado Bom da Vida.

Sinopse: Hoje é o aniversário de Leonard Peacock. Também é o dia em que ele saiu de casa com uma arma na mochila. Porque é hoje que ele vai matar o ex-melhor amigo e depois se suicidar com a P-38 que foi do avô, a pistola do Reich. Mas antes ele quer encontrar e se despedir das quatro pessoas mais importantes de sua vida: Walt, o vizinho obcecado por filmes de Humphrey Bogart; Baback, que estuda na mesma escola que ele e é um virtuose do violino; Lauren, a garota cristã de quem ele gosta, e Herr Silverman, o professor que está agora ensinando à turma sobre o Holocausto. Encontro após encontro, conversando com cada uma dessas pessoas, o jovem ao poucos revela seus segredos, mas o relógio não para: até o fim do dia Leonard estará morto. 
Avaliação: ★★★★☆

Sempre que leio algo relacionado a suicídio sinto um aperto muito grande aqui dentro de mim. Esse é o tipo de livro que você torce para que no final tudo dê certo, melhor dizendo, tudo dê errado e que o personagem principal não se mate.  Certamente esse foi um dos livros que mais me tocou nos últimos tempos.

Fiquei pensando a todo instante como é difícil ver sua vida despedaçada, parecendo que não existe uma luz no fim do túnel e que ninguém é capaz de mudar aquilo dentro de você, mas ao mesmo tempo você implora por dentro que alguém note que alguma coisa mudou. Uma vez eu ouvi que quando uma pessoa quer se matar e ela está determinada a fazê-lo, ninguém pode fazer nada para mudar. Eu penso completamente diferente.

Já ouvi que depressão depende unicamente da pessoa querer mudar. Porém quantas vezes você quer apenas que as pessoas notem que você está quebrado de alguma forma?

No livro, o personagem Leonard está decidido a matar o ex melhor amigo e cometer suicídio depois. No entanto, ao longo da história ele vai falando que algumas pessoas poderiam mudar aquele dia, que por sinal é seu aniversário. Uma palavra as vezes pode mudar o curso inteiro de uma historia, mas normalmente ninguém esta disposto a falar alguma coisa.

Perdão, Leonard Peacock é um livro extremamente emocionante, que trata de abuso sexual e todas as consequências que ele traz. Nos faz pensar sobre como é importante a figura materna e o fato de ela, que deveria ser a pessoa que mais te ama na vida, fazer diferença quando o assunto é acolher. Também percebi, ainda mais eu sendo professora, o quanto é importante o papel da escola e dos professores no tratamento de pessoas com depressão. Claro, professor não é médico, mas é um dos que mais  consegue ter facilidade em perceber algo errado.


Em 13 Porquês temos vários exemplos de vezes em que a Hannah poderia ter sido ajudada, ela deixou claro várias vezes que não estava bem. É para refletir mesmo. É um assunto bastante delicado, mas depois de ler PLP, entendi mais ainda o poder que as palavras tem de salvar vidas.

I.S.B.N: 9788580573954; Páginas: 224; Ano: 2013; Autor: Matthew Quick; Gênero: Literatura Estrangeira / Romance; Editora: Intrínseca.

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quinta-feira, novembro 16, 2017

EU FICO ANSIOSA OU: COMO TENTAR MUDAR MEU ESTILO DE VIDA ME FAZ PIRAR

Um fato sobre a pessoa que vos escreve: sempre fui uma consumista de plantão. Uma blusa apenas não bastava, eu precisava daquele modelo lindo em todas as cores disponíveis. Com o tempo fui diminuindo essa compulsão e hoje estou ainda em processo e vivo dizendo para mim mesma que ter hábitos saudáveis é melhor; eu vou agredir menos o meio ambiente e o aquecimento global é culpa das minhas compras desenfreadas. Tá, eu sou um pouquinho exagerada em alguns pontos, mas vamos fazer o quê?

O problema em querer consumir de forma consciente é que acaba me deixando ansiosa. Eu já falei algumas vezes por aqui que faço tratamento e, apesar de não fazer terapia - ainda - eu uso medicamentos controlados para não surtar de vez. Coisa que estou tentando largar, oremos!

Vez ou outra me pego vendo videos nos Youtube sobre o tal consumo consciente e sobre veganismo, vegetarianismo, produtos cruelty free. Percebi então que depois de ver todos esses videos eu me sentia culpada. Uma culpa que pensando bem não deveria existir. Penso demais no meio ambiente e em formas de não maltratá-lo, mas eu não conseguiria levar uma vida sem carne, e o fato de me imaginar tendo que fazer uma pesquisa enorme para saber o que comprar não me faz bem. 

Peço perdão caso alguém se ofenda com esse post, acredito que seja uma causa realmente nobre, entendo perfeitamente o pensamento de pessoas que defendem os animais, mas cada vez que penso na quantidade de coisas que eu tenho e que são testadas em animais ou que prejudicam o meio ambiente eu fico em uma situação complicada, a ponto de perder o sono. Entendam que eu acho justíssimo, porém não posso me deixar passar por um sentimento pior ainda por saber que eu amo certas coisas e não vou conseguir me desfazer delas tão facilmente.

Não consigo mudar de uma vez e sei que nunca vou conseguir ser uma pessoa vegetariana e é aí que eu tento fazer alguma coisa para compensar. De uns tempos para cá, todo produto que compro eu dou uma pesquisada de leve para saber mais sobre a marca. Tento buscar aqueles produtos que sei que são cruelty free, naturais/orgânicos, entretanto não me prendo demais a isso justamente porque afeta minha saúde mental e não acho que isso seja bom. 

Algumas atitudes pequenas do dia-a-dia já me fazem sentir bem, como por exemplo:

-substituir aos poucos e de forma natural produtos que testam em animais;
-comprar somente o necessário;
-jogar o lixo no lixo - embora seja algo simples, muita gente não o faz;
-usar produtos recicláveis;
-não produzir tanto lixo;

Para isso eu sigo alguns pensamentos antes de qualquer coisa:

-pesquiso marcas acessíveis e que realmente são cruelty free;
-antes de comprar me pergunto se preciso ou se quero;
-procuro formas alternativas e que podem ser usadas várias vezes ao invés de uma vez e lixo.

Estou me sentindo bem aliviada depois de escrever esse post. É como se algo estivesse preso aqui na garganta e que eu precisava falar para as pessoas que me leem. Espero que me compreendam e compreendam o sentido desse textão e caso vocês saibam de produtos alterativos e que realmente tenham preços bons, por favor me indiquem, aos poucos eu acho que consigo chegar lá. Ou quase lá.

terça-feira, outubro 31, 2017

O QUE FAZER QUANDO SE SENTIR PARA BAIXO?

Seja qual for o motivo, a razão ou a circunstância, tem sempre aqueles dias em que a gente gostaria de ficar isolado do resto do mundo, deitado em posição fetal e, talvez, com a Netflix como única companheira. Bom, eu já fiz muito isso e por experiência própria digo que nunca resolveu nada. Não aliviou sintomas de querer desaparecer e muito menos fez eu me sentir melhor. Muito pelo contrário, eu só levantava por obrigação e isso fazia eu me sentir até pior, já que o sentimento de não estar fazendo nada útil continuava.

Algumas dicas na internet me ajudaram bastante a melhorar em momentos assim, aliás ajuda até hoje e, também por experiência própria, faça por você. Não espere que você fique bem por causa de terceiros, não espere alguém vir te animar. Tome a iniciativa. Mesmo que a gente tenha pessoas queridas que nos apoiam, só você sabe o que está passando e sentindo. É muito ruim ficar para baixo. Nossa saúde mental merece mais, então aqui estão algumas coisas que me ajudam e talvez possam te ajudar também.

Tome um banho frio
Alguns estudos já comprovaram que água fria trás inúmeros benefícios para o corpo. Desde que li isso em algum lugar que não lembro, sigo a recomendação. A água fria ativa um hormônio - que também não lembro o nome - que é responsável por dar a sensação de bem estar e tem um efeito antidepressivo. Além disso eu normalmente fico bem mais alerta. Comigo funciona.

Ouça uma música leve
O Spotify é um salvador de vidas. Da minha vida. Se eu tivesse que escolher apenas dois aplicativos para ter no celular, certamente seria ele e o app da Netflix. Enfim, lá você encontra listas prontas para várias ocasiões. Descobri que ouvir smothie jazz me acalma. Música instrumental também, então eu tento selecionar as preferidas e sempre criar playlists novas.

Saia de casa
Antes de me mudar, sempre que eu estava me sentindo para baixo eu saía para dar uma volta. Às vezes, poucas vezes eu colocava um tênis e fazia caminhada. Quando não, eu apenas ia para o shopping lá perto. Agora, como estou em uma cidade nova e não conheço muito, só pego umas moedinhas e vou à padaria. É uma boa caminhada daqui até lá, então dá para pegar um ventinho no rosto.

Respire
Dizem que antes de fazer algo idiota ou dar uma resposta grosseira, se você respirar, alivia o estresse. Parece que ventilar o cérebro evita que façamos uma burrada. Quando eu penso que nada mais vai dar certo nessa vida, eu apenas sento e respiro. Respiro até conseguir raciocinar melhor. Às vezes isso também me ajuda, principalmente assim que acordo e já estou na bad.

É isso. Espero que também possa te ajudar de alguma forma e se precisar de um ombro amigo e virtual, é só chamar.
É a Milca!. Design by Berenica Designs.